Se eu pudesse... (as minhas três filhas e o amor que dói!)
Se eu pudesse guardava o dia de hoje para sempre. Tenho medo de que a memória não seja grande o suficiente para acolher a lembrança de dias assim, que me explodem o coração. Dias como hoje fazem-me lembrar que a família é o melhor e maior projecto de vida. Que por vezes as rotinas cansam mas na verdade são nelas que se escondem os momentos mais bonitos. É nelas que encontramos os sentimentos mais crus, mais vulneráveis e mais verdadeiros. São nos dias que se copiam que o amor mais dói. E caramba, quão bonito é!
Por baixo da chuva, completamente encharcadas, eu e a Carolina sorríamos com a chuva e sorriamos uma com a outra. Pulávamos entre as poças de água enquanto ela me perguntava porquê que a chuva nos molhava mas não tocava na Gabriela. Talvez porque a chuva não molha os sonhos. Mas a Gabriela não é um sonho, mamã. Não, é ainda melhor! É uma bonita realidade. A vida a desdobrar-se de forma deslumbrante. A Gabriela olhava para nós, de olhos arregalados e atenção sincera. Hoje, por baixo da chuva com as minhas filhas, as minhas três filhas, lembrei-me de como a vida podia ser tudo aquilo. Nós, sempre juntas, a gargalhar pelas coisas mais miúdas desta humanidade. Tem sido imperativo aproveitar aos miúdos estes pequenos instantes, porque tudo é um instante. E passa tão, tão, mas tão rápido que quanto mais devagar poder amar, melhor.
Se eu pudesse guardava o dia de hoje para sempre e vou, mas provavelmente aos bocados, porque ele inteiro só se revela uma vez.
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