Amor

Não escrevo muito sobre amor. Talvez porque acho que não tenho suficiente conhecimento para o descrever. Talvez por ele ser tão misterioso, ambíguo, teimoso. Porque de amor, não se escreve. Vive-se. Sente-se. 
Do pouco que aprendi sobre amor eu sei que ele chega devagar. Não faz muito barulho. Sei que ele chega assim meio coberto, entrelinhas, por detrás de imagens que às vezes o próprio coração não reconhece. Sei que o amor é quieto. Quando ele chega, vem com um sorriso, um olhar. Vem como se não fosse amor prestes a ser desvendado. Aprendi que ele nunca vem de repente. O amor que eu conheço, nasce e cresce e só depois é que se torna amor. Para ele crescer é preciso cuidado. Aprendi que é preciso estarmos dispostos a recebê-lo e tratá-lo. Do pouco que aprendi sobre amor, sei que o amor não bate à primeira. Bate uma outra coisa qualquer. Mas há medida que o tempo vai passando ele se deixa desabrochar. Esse tempo não é sempre cronológico, é relativo. É um tempo que pode ser outras coisas senão realmente tempo. Sei que o amor cresce com miminhos mas para crescer de verdade tem que se querer que ele cresça. E quando crescido, se manifesta. Em sonhos, em não sabermos porquê que o fizemos mas o repetimos na mesma, em melodias, em versos bonitos, em chávenas de chocolate quente. O amor se manifesta em lençóis novos e dobradinhos, em silêncios trocados, aí sim, o amor se manifesta. Em um leve toque de mãos. 
Aprendi pouco sobre o amor, mas do pouco que aprendi, aprendi que ele é leve, despercebido ao primeiro olhar, ao primeiro experimentar. Aprendi também que às vezes ele é quase transparente. 

O amor... 

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