Quantos dias cabem num mês?

Gosto da vida com muita facilidade quando há sol lá fora, quando vejo a água do mar transparente a adormecer feliz aos meus pés ou quando assim de repente toca a melodia que me faz lembrar do primeiro beijo do amor de toda uma vida. 

Preciso de coragem para olhar para as coisas pequeninas nos dias mais nublados que têm sido muitos nestes últimos tempos ou talvez um bocadinho de inocência para aceitar que um pedaço de chocolate é afinal o melhor presente que se pode oferecer no momento ou nos segundos da esquina. Preciso de ainda mais coragem para deixar de ser uma só e aceitar viver sem queixumes como um todo, seja lado a lado ou de costas viradas para nos apoiarmos de vez em quando. 

A solidão, que nem sempre é o caminho mais fácil é porém o mais curto. Reconheço-me mais feliz quando crio histórias, quando vejo vida a revelar-se aos bocadinhos até levar uma eternidade. 

Confesso não saber ainda quantos dias cabem num mês mas sei mais ou menos a cor e salteado que são as coisas pequeninas que me preenchem a alma: 

o sol nos dias de inverno,
                   as panquecas quentes nas manhãs de sábado,
                                                           um mergulho no mar quente de infância,
                                                                                   o quebrar de pequenos preconceitos...


...E parece-me que só à terça-feira realmente percebo essas pequeninas coisas, sem o alvoroço dos inícios ou dos finais, sem a obrigatoriedade de começar ou terminar; que me deixo viver porque sim, porque tem de ser. Que aceito e alegro-me com esse presente que mais bonito não podia ser e com ajuda de uma lupa olho para frente e sorrio, porque boas-novas vêm sempre a caminho. Porque as espero, porque as criei...

Prometo avisar quando aprender a dar títulos mais bonitos.